quarta-feira, 25 de março de 2009

Yankee Hotel Foxtrot

Marcante. Um bom adjetivo para o álbum. A marca fica na banda pela peculiaridade do lançamento, quando a até então gravadora recusa lançá-lo, julgando-o anticomercial (e pagando caro pelo equívoco); na história pela aclamação em 2002, sendo o topo de diversas listas, alcançando o 13º lugar na billboard; e na "top ten list" (sempre constituída de uns 18 nomes) de quem o ouve.

Álbum com músicas quase que experimentais, como a psicodélica "I Am Trying to Break Your Heart", que possui uma riqueza de detalhes impressionante e músicas modelo do pop tradicional, como "Kamera" e "Jesus, etc." encanta a muitos. "I´m the Man Who Loves You" com sua guitarra nervosa fica com o título de melhor música do álbum.

Yankee Hotel Foxtrot
1 - I Am Trying to Break Your Heart - 6:58
2 - Kamera - 3:30
3 - Radio Cure - 5:09
4 - War on War - 3:49
5 - Jesus, Etc. - 3:52
6 - Ashes of American Flags - 4:45
7 - Heavy Metal Drummer - 3:08
8 - I´m the Man Who Loves You - 3:57
9 - Pot Kettle Black - 4:00
10 - Poor Places - 5:18
11 - Reservation - 7:25

terça-feira, 17 de março de 2009

Factótum

Segundo romance escrito por Charles Bukowski, "Factótum" (1975) conta mais uma vez a história de Henry Chinaski, uma espécie de alter ego do autor. Um livro compacto e com uma linguagem bem simples, seria uma ótima opção para um primeiro contato com suas obras.


Escrevendo de uma forma bem vulgar e direta, Bukowski desconstrói aquela história romântica que possui um final feliz e que todos sonham. Com uma mistura de fracasso e solidão, o realismo envolve o livro e conta a história do "loser" - atribuição do senso comum por não ter emprego, esposa ou filhos; passiva de análise - Henry Chinaski, durante a Segunda Guerra Mundial. Passando por várias cidades, empregos e mulheres com uma superficialidade impressionante, Chinaski constrói o enredo. Alternando entre descrições diretas e mensagens profundas, Bukowski encanta os que não o desprezam por sua vulgaridade. O "velho safado" ainda assusta a alguns.


“Deitei na cama, abri a garrafa, dobrei o travesseiro nas costas para ter um bom apoio, respirei fundo e sentei na escuridão olhando a janela. Era a primeira vez que eu estava sozinho em cinco dias. Eu era um homem que se fortalecia na solidão; ela era pra mim a comida e a água dos outros homens. Cada dia sem solidão me enfraquecia. Não que me orgulhasse dela, mas dela eu dependia. A escuridão do quarto era como um dia ensolarado pra mim. Tomei um gole de vinho.”


“Como, diabos, pode um homem gostar de ser acordado às 6h30 da manhã por um despertador, sair da cama, vestir-se, alimentar-se à força, cagar, mijar, escovar os dentes e os cabelos, enfrentar o tráfego, para chegar a um lugar onde essencialmente o que fará é encher de dinheiro os bolsos de outro sujeito e ainda por cima ser obrigado a mostrar gratidão por receber essa oportunidade?”


Como pode?