segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Siamese Dream

Lançado em Julho de 1993, o álbum "Siamese Dream" dos Smashing Pumpkins comprovou que bons artistas conseguem transformar momentos ruins em obras primas. Num tempo turbulento, a banda consegue extrair inspiração para a criação desse marco na história do rock alternativo. Com Jimmy Chamberlin - baterista - viciado em drogas, D´arcy Wretzky - baixista - e James Iha - guitarrista - com problemas amorosos e com o obsessivo Billy Corgan - vocalista e guitarrista - em depressão, os Smashing Pumpkins apontavam para uma queda, após uma ascensão promissora com o álbum "Gish", lançado dois anos antes.

Com uma mistura de habilidade e prepotência, Corgan, além de compor sozinho grande parte das letras das músicas do álbum, toca quase todos os instrumentos na gravação, com exceção da bateria. O resultado é um disco excepcional, com treze faixas (doze e "Sweet Sweet", que é quase uma amostra) cheias de solos e letras sentimentais que fazem de "Siamese Dream" um dos melhores álbuns da década.

Siamese Dream

1 - Cherub Rock - 4:58
2 - Quiet - 3:41
3 - Today - 3:19
4 - Hummer - 6:57
5 - Rocket - 4:06
6 - Disarm - 3:17
7 - Soma - 6 :39
8 - Geek U.S.A. - 5:13
9 - Mayonaise - 5:49
10 - Spaceboy - 4:28
11 - Silverfuck - 8:43
12 - Sweet Sweet - 1:38
13 - Luna - 3:20

Numerosos e acurados arranjos, músicas extensas e letras tocantes. Uma mistura que fez de "Siamese Dream" um álbum memorável. "Cherub Rock", "Today" e "Disarm" ficam como a cara do disco e fazem mais sucesso. "Quiet" e "Geek U.S.A." dão força com ritmo agitado e solos elétricos. "Mayonaise" fica com meu troféu de melhor música. No mínimo, um ótimo trabalho das "abóboras esmagadoras".

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Cem anos de solidão

De Gabriel Garcia Márquez, "Cem Anos de Solidão" (1967) é uma obra prima da literatura moderna que conta a história da mítica Macondo, e da descendência dos seus fundadores, os Buendía, por um século. Livro com grande repercussão em todo o mundo, é sem dúvida o principal responsável pelo Prêmio Nobel de Literatura dado ao autor quinze anos mais tarde.

Adepto ao realismo mágico (também chamado de realismo fantástico), Gabriel Garcia Márquez transforma "Cem Anos de Solidão" em um expoente dessa escola literária. Juntamente com Jorge Luiz Borges, Julio Cortazar e alguns outros, representa a América Latina nesse estilo. No Brasil José J. Veiga é o principal representante. O italiano Ítalo Calvino consagraria-se mais tarde com várias obras do gênero.

O livro mescla magia e realidade de forma extremamente convincente, dando ao leitor a agradável sensação de viver um mundo onde limites são inexistentes e as possibilidades infinitas. A fantasia presente em toda a obra é construída com tamanha verossimilhança que ás vezes torna-se difícil distinguir o que não é real ou possível daquilo tudo. Abaixo alguns trechos marcantes dentre inúmeros, dessa obra que certamente é uma ótima indicação para qualquer leitor.

"Logo que José Arcadio fechou a porta do quarto, o estampido de um tiro retumbou na casa. Um fio de sangue passou por debaixo da porta, atravessou a sala, saiu para a rua, seguiu reto pelas calçadas irregulares, desceu degraus e subiu pequenos muros, passou de largo pela Rua dos Turcos, dobrou uma esquina à direita e à esquerda, virou um ângulo reto diante da casa dos Buendía, passou por debaixo da porta fechada, atravessou a sala de visitas colado às paredes para não manchar os tapetes, continuou pela outra sala, evitou em curva aberta a mesa da copa, avançou pela varanda das begônias e passou sem ser visto por debaixo da cadeira de Amaranta que dava uma aula de Aritmética a Aureliano José, e se meteu pela despensa e apareceu na cozinha onde Úrsula se dispunha a partir trinta e seis ovos para o pão.
- Ave Maria Puríssima! - gritou Úrsula."

“Deslumbradas com tantas e tão maravilhosas invenções, as pessoas de Macondo não sabiam por onde começar a se espantar. Indignaram-se com as imagens vivas que o próspero Sr. Bruno Crespi projetava no teatro de bilheterias que imitavam bocas de leão, porque um personagem morto e enterrado num filme, e por cuja desgraça haviam derramado lágrimas de tristeza, reapareceu vivo e transformado em árabe no filme seguinte. O público, que pagava dois centavos para partilhar das vicissitudes dos personagens, não pôde suportar aquele logro inaudito e quebrou as poltronas. O alcaide, por insistência do Sr. Bruno Crespi, explicou num decreto que o cinema era uma máquina de ilusão que não merecia os arroubos passionais do público. Diante de desalentadora explicação, muitos acharam que tinham sido vítimas de um novo e aparatoso negócio de cigano, de modo que optaram por não mais voltar ao cinema, considerando que já tinham o suficiente com seus próprios sofrimentos para chorar por infelicidades fingidas de seres imaginários”.

“...o Coronel Aureliano Buendía arranhou durante muitas horas, tentando rompê-la, a dura casca da sua solidão. Os seus únicos momentos felizes, desde a tarde remota em que seu pai o levara para conhecer o gelo, haviam transcorrido na oficina de ourivesaria, onde passava o tempo armando peixinhos de ouro. Tivera que promover 32 guerras, e tivera que violar todos os seus pactos com a morte e fuçar como um porco na estrumeira da glória, para descobrir com quase quarenta anos de atraso os privilégios da simplicidade...”

Prêmio nobel de 1982.

''Pelas suas novelas e histórias curtas, nas quais a fantasia e a realidade são combinadas, por forma a integrar um mundo pleno de magia e imaginação''

Blood Sugar Sex Magik

Simplesmente perfeito. Uma das minhas primeiras experiências com a música, o álbum "Blood Sugar Sex Magik" do Red Hot Chili Peppers é uma obra prima. Lançado em setembro de 1991, o álbum torna-se sucesso mundial, vendendo mais de 12 milhões de cópias. Trazendo músicas características do agitado "funk metal" como "Give it away" e "Suck my kiss" e baladas como "Under the bridge" e "I could have lied", o disco é completo.

Com a formação de Anthony Kiedis - vocais; Michael Balzary (Flea) - baixo; John Frusciante (que sai no meio da turnê, sendo substituído temporariamente por Arik Marshall) - guitarra e Chad Smith - bateria, o álbum é produzido por Rick Rubin e possui dezessete faixas:


1 - The Power of Equality - 4:03
2 - If You Have to Ask - 3:37
3 - Breaking the Girl - 4:55
4 - Funky Monks - 5:23
5 - Suck my Kiss - 3:37
6 - I Could Have Lied - 4:04
7 - Mellowship Slinky in B Major - 4:00
8 - The Righteous & The Wicked - 4:08
9 - Give it Away - 4:43
10 - Blood Sugar Sex Magik - 4:31
11 - Under the Bridge - 4:24
12 - Naked in the Rain - 4:26
13 - Apache Rose Peakock - 4:42
14 - The Greeting Song - 3:14
15 - My Lovely Man - 4:39
16 - Sir Psycho Sexy - 8:17
17 - They´re Red Hot - 1:12

O que mais me impressiona no álbum é a diversidade das músicas e o alto nível mantido. Músicas como "If you have to ask", "Breaking the girl", "Under the bridge" e "Suck my kiss" são completamente diferentes e soam muito bem. É incrível como conseguem com três instrumentos e os vocais fazer um som tão completo. Fica aqui a indicação de um grande disco que marcou a história e que será sempre uma boa escolha. Depois de vários discos lançados, o Red Hot Chili Peppers dificilmente construirá algo de melhor qualidade. E isso não é de forma alguma subestimar a banda, e sim enaltecê-la por um trabalho tão bem realizado.




Camera Digital Sony

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Aqui é o início de uma série de postagens que traz clássicos e novidades sobre música e literatura, com o propósito de informar e indicar opções interessantes aos visitantes.


Ao lado "Book and Guitar" de Juan Gris, pintor espanhol cubista nascido no final do século XIX.