segunda-feira, 18 de maio de 2009

To think.



Estive pensando em algo que acredito que todo homem se depare um dia: na complexidade do ser humano. O pensamento inicia-se (isso mesmo, por conta própria) enquanto lavava pratos. Divagava sobre o quanto é fantástica a diversidade dos exemplares e a profundidade de cada um deles. Durante a reflexão, uma idéia se sobrepôs: o homem vive para relacionar-se. Se notarmos bem, todos (não digo a maioria, digo TODOS) os nossos objetivos são resumidos em uma expectativa de sentimento alheio, mesmo que este desconheça a ação ou o sujeito que a realizou. Nossas alterações de humor também se resumem ao relacionamento e dependem de um outro espécime. Aí me pergunto: poderia um humano viver sem um semelhante ao seu lado? Conseguir relacionar-se com o ambiente, e construir uma relação consigo mesmo que satisfaça o seu “objetivo” existencial? E por que chegamos onde estamos?


A partir do momento em que afirmo que a raça humana tem como objetivo instintivo o relacionamento, todo o resto parece inútil. Em toda a história a direção para onde apontamos e o caminho que traçamos parecem apenas um amontoado de futilidades e a construção de interesses de um ser ou grupo mais evoluído mental ou fisicamente. Este desenvolvimento, que é o mesmo que dá o controle, não pode ser considerado como objetivo da nossa espécie, assim como atribuímos às outras o objetivo da procriação. A partir do momento que possuímos um lado cognitivo desenvolvido precisamos saciá-lo. E assim, além de procriar para perpetuar a espécie, necessitaríamos de nos relacionar para saciar nossa aquisição evolutiva.


O desenvolvimento cognitivo, permitido evolutivamente à nossa espécie não conseguiu ainda – claramente - anular características instintivas, mas não consigo negar a possibilidade de haver um homem que consiga fazê-lo, já que estamos em constante processo evolutivo. Sobra ainda a mim, a contínua incerteza do objetivo humano, apesar da proposta acima. De todas as incertezas resta-me uma convicção: preciso lavar mais os pratos.



segunda-feira, 4 de maio de 2009

Ten

Alto nível de experimentação, muitos riffs, letras profundas e musicalidade envolvente. Tudo isso sob a liderança de uma voz poderosa e tocante. O álbum "Ten" veio revolucionar o grunge nascido há alguns anos atrás. Alice in Chains, Soundgarden e Nirvana ascendiam simultaneamente do mesmo local, Seattle, liderados por Layne Staley, Chris Cornell e Kurt Cobain, respectivamente.

O vocal forte, destoante é uma característica comum destas bandas citadas, mas nenhuma como a de Eddie Vedder, vocalista do Pearl Jam. Todos os instrumentos parecem coadjuvantes, seguindo um caminho, uma liderança. "Ten" é o primeiro e melhor álbum da banda, tornando-se ponto de referência na história do rock mundial. Com temas fortes, linguagem rebuscada e bastante rebeldia, o disco toca a alma de muitos. Não acredito que alguém possa não se arrepiar ao ouvir Eddie gritar em "Black": "I know someday you´ll have a beautiful life, I know that you´ll be a star in somebody else´s sky but why, why, why can´t it be, why can´t it be mine?". Quem nunca pensou isso e não conseguiu escrever?

Por trechos como este citado acima, e pela extrema competência musical de um primeiro álbum, que o Pearl Jam estréia com o pé direito e é hoje uma das maiores bandas do mundo. Pertence, juntamente ao U2 e algumas poucas bandas ao perfil de "politicamente engajados", promovendo ações humanitárias. Boa música e boas ações, uma forte aliança.


1 - Once - 3:51
2 - Even Flow - 4:53
3 - Alive - 5:40
4 - Why Go - 3:19
5 - Black - 5:48
6 - Jeremy - 5:18
7 - Oceans - 2:41
8 - Porch - 3:30
9 - Garden - 4:58
10 - Deep - 4:18
11 - Release - 6:30


Fica aqui a indicação de um ótimo álbum, de uma grande banda. Vale a pena tentar.